emanon,
Emanon. eu morri de medo de você. sim, porque os pais sempre te usaram como mais uma das narrativas folclóricas para domesticar crianças no medo; era o “sim” compulsório, ou você. arquétipos montados duma fisionomia juramentada grotesca, aos poucos decaíram peça por peça, porque, no fim, você é sobre sedução. aos quinze eu te vi transpassando uma árvore que devia estar ali desde o início dos tempos, o Dito-cujo teria serpenteado naqueles galhos. clichês eram regra e por tal você usava um vestido preto, e o cabelo inacreditavelmente escuro era como uma coroa, muito leve, feita de anuns. eu delicadamente assisti você. e fingi ter me assustado. mais velhas você esqueceu propositalmente a luz do meu quarto acesa. me esgueirei pelo corredor e te descobri no centro exato do cômodo, sentada num banco vulgar, uma decoração própria de saudek. sua cabeça pendia como se da nuca falhassem vértebras e o cabelo cortinava o proibido. verbo foi assalto e não, eu não quereria a trivialidade d...