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Mostrando postagens de novembro, 2021

floema

à beira da avenida acompanho  o disperso ir-e-vir de automóveis  muito mais velozes do que meus olhos débeis podem- e cravo os pés no chão  eles que me sussurram avançar  e avançar  atravesso a passarela e jamais contenho meu olhar curioso para baixo namoro a altura como um par prometido e aguardo a graça de cair aguardo a graça  de cair  continuo dobrando lençóis compridos demais me omitindo sob os panos e os imagino em um nó muito seguro protegendo minha garganta da timidez dos quereres profanos em elipses conto com rigor as pílulas que ditam as horas e as engulo como se alimentos fossem a um desnutrido fantasiando chegar às centenas  de modo a mal caber nas palmas  por maiores que sejam minhas mãos, elas não são-  marco de unhas cheias de dedos e dedos repletos de ódios pluralícios o pescoço carcomido e nu, exposto disponível  sedento por- e imploro que a besta em mim não lute  contra a volição e que os reflexos de autoprese...