floema
à beira da avenida acompanho o disperso ir-e-vir de automóveis muito mais velozes do que meus olhos débeis podem- e cravo os pés no chão eles que me sussurram avançar e avançar atravesso a passarela e jamais contenho meu olhar curioso para baixo namoro a altura como um par prometido e aguardo a graça de cair aguardo a graça de cair continuo dobrando lençóis compridos demais me omitindo sob os panos e os imagino em um nó muito seguro protegendo minha garganta da timidez dos quereres profanos em elipses conto com rigor as pílulas que ditam as horas e as engulo como se alimentos fossem a um desnutrido fantasiando chegar às centenas de modo a mal caber nas palmas por maiores que sejam minhas mãos, elas não são- marco de unhas cheias de dedos e dedos repletos de ódios pluralícios o pescoço carcomido e nu, exposto disponível sedento por- e imploro que a besta em mim não lute contra a volição e que os reflexos de autoprese...