a você, quanto eu ainda estou eu.
essa carta é pra você, enquanto ainda resta um pouco de mim, do que eu acredito que sou quando minimamente no controle. talvez você pense que é apenas antecipação sem evidências, que vai ficar tudo bem, que eu vou ser capaz de segurar as pontas. de qualquer forma, eu preciso me assegurar que você saiba de mim, de nós, no caso de eu perder novamente a cabeça. é possível que os sintomas me consumam de forma que eu me faça quase que irreconhecível; entendo que você não possa imaginar esse panorama porque, graças a "deus", não esteve aqui antes de eu me equilibrar um pouco. você me conheceu sob acompanhamento, quando as rédeas me mantinham no prumo, apesar dos momentos de pico e urgência. mas perto de como era antes, totalmente solta e sem capacidade de administrar as emoções e os comportamentos, todas as crises que você presenciou são irrisórias. tenho medo, estou com medo. não quero retornar ao estado que mais conheço, mas por favor, eu imploro que lembre, eu não tive escolha...