moinho
uma vez, escrevi suja e, quando em nudez, você desviou o olhar para não ler. ainda assim, beijou as coxas, onde existia a palavra , e seus entremeios época dourada em que a pele era gentil com o toque e os corpos eram mutuamente obcecados -- caso de conjunção metafísica e etérea a maciez dos diálogos a nível de carícias verbais e nosso asilo inviolável ficava no interior do presente absoluto -- estávamos-no-mundo bem no meio da festa -- dessa fissura na temporalidade compartilhávamos a infinitude do imediato. eufóricos. agora, há dissonância por microscópicas ranhuras e com quereres ambivalentes revelamo-nos outras pessoas -- muito de nós foi suprimido, feito sujeito elíptico, em busca de suscitar o amor no outro e assim relegamos ao segredo excertos fundamentais. sangra a hipótese de que, caso nos deparássemos com essa inteireza, que inclui os elementos incongruentes com o desejo, não duraríamos a nos olhar. agora nossas trocas são insuportave...