xanax rubi de 15mg

como um raio, 

exatamente como um raio -

que sem estrondo ainda faz tremer pelo desaviso do clarão -,

parecem injustas essas distrações essas algumas risadas pálidas e esquecidas do entorno, 

e enfim qualquer sentimento de gratidão e placidez. 

parte porque não mereço.

outra parte em razão da hipocrisia e do fracasso de não guardar com a placidez nenhuma semelhança.


não parece certo quando eu me disperso desses ninhos adictos, 

porque, de tão aberrante, eu deveria viver encerrada neles, 

poupando o mundo do que, ainda que insignificante em todo o resto, perturba e enoja com suas heras.


a magnitude de como se instala e predomina parece conter verdades que eu ignoro por apelo. 

mínimos rútilos se refratam raios em tempestade. 

e eu sei EU SEI por fora mas -

por baixo 

há um contorcer...


aparentemente eu já abri os olhos quebrada 

e preciso, antes de me encantar com as pessoas,

me mutilar

já que desde as mitoses eu sou clivada e repugnante, à caça da média, do normal, do que é bonito na tabelinha. 

então por que as vezes ainda me atrevo a rir e sonhar sabendo disso? 

os afetos despontam mutuamente e exatamente pouco após de eu tomar confiança neles 

se revelam exaustos e desgastados dos meus derrames.  

e repito em coro: ninguém é preparado para isso, nem deve ser. 

parece contra os direitos mais básicos conviver com o modo como apodreço, sem intenção, mas apodreço 

e SIM eu quero tanto - a ponto de precisar - que você fique dessa vez 

mas não quero que você passe por isso 

porque sei que você não merece ter sua cabeça alvejada pelo que de mais bizarro acontece a uma outra cabeça partida e exposta. 

eu trago histórias tão perversas e verossímeis que assustam não pelo teor mas pela possibilidade 

de que algo assim chegue um dia no sítio daqueles com os neurônios intactos. 

e eu invejo tanto esse privilégio de sinapses castas que sinto,

cromossômica e cronicamente,

que os privilegiados são inerentemente superiores a esse mal fadado que eu e você 

descobrimos que sou 

a cada intervalo 

e que é ISSO, eles e elas, 

e não nada de mim, 

que você precisa. e merece. 

egoistamente

eu quero SIM que você tenha essa vida 

- mediana, ora brilhante e ora fosca, mas em equilíbrio,

com alguém de humor não precário e menos ridículo -

mas eu prefiro que você me ame, a mim ESPECÍFICA, 

(e impossivelmente mesmo minha vilania despropositada)

mais até do que tenho medo e raiva do quanto eu sou terrível e imprópria pra consumo. 

porque só favores e ilusões regenerariam minha oportunidade de ser amada inteira. 

há sempre becos e descampados meus onde meu deus ninguém se atreve a pisar, 

e sempre me recomendam fazer o mesmo, 

fugir desse vício do eu eu eu, 

fingir que esses marcos não existem mas depois julgarem (de tão cansados) que não há nada além deles. 

mas como eu fujo se sou isso o impasse? 

e então eu tenho de implorar armazéns de desculpas

variando de estrutura lexical 

pra que seja perfeitamente entendido que sinto muito

tenho de consertar tudo que sem pretensão eu caotizei 

e que preferiria, em mecanismo de defesa, não mais me aproximar. ou lembrar. 

de repente estou ali de novo com as mãos enfiadas na minha imundície.


sim, porque

eu convenço de que nenhum amor é o bastante. 

eu inutilizo tudo que toco porque tudo o que em mim toca é inútil.

há essa crosta -


tudo o que sobra então é querer desaparecer

mas não morrer pois é passivo demais pra esse ódio e sim matar a coisa que se é 

apenas como um raio 

como um raio, 

exatamente como um raio -

que sem estrondo 

ainda faz tremer pelo desaviso do clarão

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