apologize girl

comprimida à forma-vária nas palmas

cabe uma personalidade bem-feita?


patchwork. eu-remendos

a agulha e as linhas tão parceiras

da cicatrização. 


lei de máscaras de tecido

sobre minhas fantasias de carne;

o tal inimigo microscópico que lota UTIs 

em conluio 

com minha inimiga incógnita lotando celas


pescoço tão delgado e frágil 

de estética perfeita para

- apenas um estalo


e romper num instante com os conectores vertebrados -

as teias de neuranhas 


se você confessa que o impossível se fez pródigo uma vez mais

eles ajustam as engrenagens químicas 

e o seu implorar honesto por contato 

te desperta atada a uma maca dura


eles desertificam as patas sépticas ao longo do seu dorso exposto 

cospem que as ruas não te admitem

e que seu ninho é apenas 

na estranheza 


entre os seus - nenhures


roguei pagã como uma maldita

- como uma nódoa civil

e aprendi a mentir com os profissionais;

tomei banhos cronometrados 

de portas abertas 

aproveitando o disfarce aos olhos

e performei rezas 

quando uma psicose pediu licença 


minhas lilim tão bastardas. 

eu as aceito com todo meu medo e 

mágoa. 

suguem meu seio e meu colo

se 

e me 

assumam 


enfim a sós 


“vamos fazer

alprazolam 

midazolam 

clonazepam

três vezes ao dia”


nada que rima me conserta

giro cingulado a rolha de um vinho vagabundo 

combino parnasiana umas aspirinas e quetiapinas 

sonhando com 40 pontinhos de seconal 

e espero

no mais, espero

um pouco menos


no corredor todos temos certeza da sentença e das drogas aos montes como companhias

no corredor nada tortura mais que o tempo:

uma entidade que não nos é mais direito


submissos ao plano de uma alucinação coletiva;

senhoras ajoelhadas diante de pedaços de gesso

entoando em transe línguas inventadas

monologando com o ar

e respostas mentais que surgem espontaneamente.

a face de seus salvadores em infiltrações 

e pedaços de pão dormido


é isso o prescrito?


e suas mãos juntas em prece

só estão juntas em prece

e não se estendem

à minha pressa 


non serviam 


tenho quedado aos infinitos.


o tropeço ao amor estável 

o passo em falso a um desejo insistente 

o corpo descartável 

o eu divisível 


gabriela só tinha 9 anos”


apologize girl

você pode não mais tentar.

te juízo livre desse imperativo categórico 

de implorar perdão  

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