ecdise
se viesse à carne ao modo de outros males,
mastigando em erupção até que do corpo a paisagem
fosse de úlcera e metástase, e a necrose
tão exímia colonizadora,
ou por quaisquer outras imagens físicas de desengano
que por si provassem as vontades pulverizadas,
não mais se insistiria que é suficiente um ímpeto e
mais uma tentativa.
não mais se iludiria
com ingenuidade própria daqueles que acessam apenas a teoria
que basta mais um pouco,
seja tempo, fé ou política,
basta apenas algo mínimo
até um estágio de não mais operar sob domínio.
pois dissimulada
come à queima carne aquilo já carcomido
até que das coisas públicas só sobre o balbucio
e se no limite dou de confessar,
que “nem parece” perfura como um elogio
e que mais fundo é mesmo uma pena,
de vida um desperdício.
é que o que foi eleito realidade, comigo
desde antigo se vestiu da moléstia
até que o neutro se tornou o extremo e o extremo
é regressar à média
por isso também eu me vesti do vulto,
um monte dos aviltados alheios. entende?
e quando fez escuro o suficiente,
arranquei a muda inacreditada,
e me servi. um esboço de gente.